28 de novembro de 2011

PAULO BRAGANÇA


Os Fados de “Bragança” pelo mundo

 FACTOS
Nomeado: Paulo Bragança
Origem: Angola
Ofícios: Cantor, actor e estudante
Arte: Fado
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ENTREVISTA

Jornal Nordeste (JN): Como é que sentiste a excepcional recepção do povo brigantino no teu regresso aos palcos após um retiro de seis anos do mundo artístico?
Paulo Bragança (PB): Não sei! Senti-me muito bem, mas muito estranho ao mesmo tempo. Foram dias carregados de emoções, desde que aterrei em Lisboa. Tinha montes de gente à espera no aeroporto, pessoas anónimas a pedirem-me autógrafos. Foi muito bom! Eu não estava à espera disso… Aliás, eu não estava à espera de nada. Depois, foi chegar aqui e ver a minha família que não via há seis anos. Se bem que a minha irmã esteve uma vez comigo na Irlanda com os meus sobrinhos. Mas, de qualquer maneira, é os pais, aquela emoção toda de regressar, o palco…

JN: Na tua opinião, o público soube perceber a importância do momento ao receber-te com uma salva de palmas que parecia não terminar?
PB: Completamente! Aqueles minutos, aquele momento, indescritível… Eu vim a convite do agente Fernando Moreno e do Zé (José Cid) e que eu não esperava tão pouco. Estava na minha casa em Dublin quando recebi uma chamada, que nem atendi porque estava a fazer outra coisa, depois enviaram-me uma mensagem e eu disse “e agora?”. Eu sabia que teria de vir a Portugal em breve, no final de Setembro, para tratar de outras coisas. Nem era para estar a nível público, mas depois pensei: “porque não? Se é agora, vamos embora”. E aceitei o convite. Apreensivo, com algum receio, amedrontado, mas cheio de confiança ao mesmo tempo.
É preciso salientar que não houve ensaios. Apenas, um no dia anterior porque, como sabes, o concerto foi adiado, mas não houve nenhuma preparação… Foi o que foi! E foi um momento único, sobretudo, nesse sentido de não haver nada programado. Nunca tinha tocado com aqueles músicos e aquilo foi muito próprio. Foi um momento que, provavelmente, não voltará a acontecer tão em breve.

Após seis anos de ausência por terras lusas, Paulo Bragança regressa à cidade que o acolheu no coração do nordeste transmontano

JN: Já estás a preparar o teu regresso com um novo trabalho. Tens uma data definida para o seu lançamento? Fala-nos desse projecto?
PB: O próximo disco é o resultado destes seis anos em que eu saí de Portugal, em que absorvi outras culturas, nomeadamente, a Irlandesa, por razões óbvias. Já tenho músicos, tenho escrito imenso. Tenho muitos temas e muita coisa. Acho que irá ser um grande problema seleccioná-las, inclusive. Mas datas não tenho. Será algures por Abril do próximo ano. Talvez em Portugal se passe outra coisa antes, não sei ainda. Estão a pensar fazer uma reedição dos outros trabalhos todos e fazer um best of em condições. Mas ainda não sei e por isso não te posso dar certezas. Mas o regresso à música está mais que garantido.
JN: O álbum será por ti interpretado em que línguas?
PB: O álbum é o resultado de todas as culturas, de todos os fados. Porque o Fado, em sentido lato, não é exclusivamente português. A fórmula fomos nós que a concebemos, digamos assim, mas aquela atitude existe noutros países e isso é que me interessa. Por isso, passa por outras línguas, por outros fados e, obviamente, passará pelo português. Seria uma absurdo se assim não fosse.

JN: Fizeste de um país repleto de história a tua morada actual. Porquê a escolha de uma ilha rodeada pelo Atlântico?
PB: Depois de ter passado por outros países da Europa como a Roménia, França, Inglaterra e Holanda, acabei por ficar na Irlanda. É um sítio que é tão fora de mão. E olha que o império romano nem lá esteve. Isso é de salientar! Mas fui muito bem acolhido e, numa altura, em que a minha vida não estava nada bem, a todos os níveis e mais alguns, senti-me bem. E não enquanto figura pública, mas como um qualquer cidadão comum. Senti-me imediatamente em casa. E absorvi a cultura deles de uma maneira que, hoje em dia, por vezes, o meu sangue fica verde. Isto porque a Irlanda é conhecida como a ilha esmeralda. Tudo é verde, não há castanhos, só milhares de verdes… E quando eu digo que o meu sangue está a ficar verde é porque estou mesmo a amar o povo e a cultura irlandesa. Eu estou a aprender a sua língua, o gaélico, e não sou fluente, pelo menos para já, mas lá chegarei. Na escrita, no entanto, estou muito bem.
As pessoas não sabem isto, mas a palavra gaélico vem da Galiza e o nordeste transmontano é tão celta como eles. E essa ligação das duas culturas celtas porque isto é uma nação celta, também, e as gaitas de foles, os kilts e as próprias saias mirandesas, em tudo isto há ligações. E é essa pesquisa, esse trabalho, que eu estou a fazer.
 
 
Paulo regressou a Bragança para as Festas da Cidade, após convite endereçado por Fernando Moreno, produtor de espectáculos, e José Cid

JN: Em termos culturais, como é que é a Irlanda?
PB: É um país onde se passa o mesmo que em Londres, em Manchester, em Liverpool… É exactamente a mesma coisa! Não é só o que vem de fora, mas também o que está lá dentro. Eles fazem e vendem aquilo muito bem porque são autênticos naquilo que fazem. Não só na parte da música, o folk tradicional irlandês, a Irlanda é um país de escritores, de poetas. É o país de Baco. E tudo isso deslumbrou-me! E depois há aqueles mistérios celtas, aquelas lendas.
Eu vivi num castelo durante um ano e meio. Era normando, tinha 900 anos e pertencia a um amigo meu. Estava no coração do país, mesmo no centro geográfico, atrás do segundo maior lago da Irlanda e estar lá sozinho durante esse tempo, num período de reclusão, consegui aperceber-me de toda a história daquela nação lavada a sangue.
Aquilo é um castelo a sério e eu estive sozinho quase sempre. Consegue ser belo e fantasmagórico ao mesmo tempo, mas há ali tanta, tanta história. Eu dedicava-me só a ler, a escrever ou, então, a olhar para o céu a pensar, a meditar.

JN: Ou seja, fez-te bem esse período de reclusão?
PB: Se fez! Até já tenho saudades, acredita. Porque lidar com o facto de ser uma figura pública, tudo isso tem a sua parte agradável, mas não te podes deixar deslumbrar. Não há muita diferença entre a pessoa e o artista. E eu sou aquilo que sempre fui. Eu costumo dizer, cada vez sei menos do mundo, mas mais de mim. Eu não vejo notícias, não leio jornais, não quero saber. Simplesmente, não me interessa. Porque é tanta tragédia e já basta a minha. E se eu souber mais de mim, melhor de mim vou dar. Por isso, o mundo não me interessa. Interessa-me saber de mim.
A Irlanda, também por ser uma ilha, tem uma identidade muito própria onde não é fácil penetrar. Eles dão-te a deixa, se souberes agarrá-la… Eles deixam, mas tens de ser autêntico também. E talvez por essa sua autenticidade é que eu sempre me senti muito bem lá. Porque eu também fui sempre muito autêntico comigo próprio. E não cheguei lá com truques, também porque nunca os tive. Em Roma, sê romano. E eu fiz, de facto, isso. De modo que este próximo disco vai ser o resultado destes anos de ausência, das novas influências e de outros fados que há no mundo. Mas descobrir o fado dentro da sua própria cultura não é fácil. Obedece a um exaustivo trabalho de pesquisa e disciplina. Uma pessoa tem de se embrenhar nas situações e senti-las. Acima de tudo, o novo disco será a influência destas coisas todas.

“Só vivi em Bragança durante oito anos, mas foi um período muito intenso. Para além disso, carrego a responsabilidade do nome”, PB
JN: Tiveste também uma experiência recente na representação, mais concretamente ao protagonizares a aclamada curta-metragem intitulada “Henry and Sunny”. O que é que significou para ti, enquanto artista?
PB: Eu já tinha participado no filme “Tráfico” com o João Botelho, mas aquilo foi completamente inesperado. Eu trabalhei algum tempo, pouco, pela primeira vez na minha vida, das 9 às 5, para a câmara de Dublin. Eu estava a fazer um trabalho para eles e entrei em casa da Orla e vi logo que aquela era morada de uma artista. Mas não me competia a mim perguntar tal coisa. Passados uns dias, regressei e ela perguntou-me se eu gostava de cinema. Eu respondi, “claro que sim”. E ela retorquiu, “algum dia consideraste em vir a participar num filme?”. E eu disse-lhe que, por acaso, até já tinha participado. E foi então que ela me contou que tinha um filme para fazer e eu parecia-lhe ser a pessoa indicada. Mas ela não fazia a mínima ideia de quem eu era. Aí começou a situação. Depois conheci o realizador e fiquei com o papel principal. Eu não fiz por isso, mas apareceu-me do nada. E essa é que é a história fantástica porque podiam passar 500 anos e não voltar a acontecer-me algo assim.






ARBITRAGEM AMALDIÇOADA

Expulsões atrás de expulsões dão ao árbitro o protagonismo de ter providenciado duas derrotas ao CAB

Infantis e iniciados do Clube Académico de Bragança deslocaram-se a Gaia no passado sábado para defrontarem o Paço Rei. Em ambas as partidas, o árbitro teve um papel preponderante, ao contrário do que se espera, influenciando os resultados com várias expulsões de registo. Mas comecemos pelo princípio. Num jogo deveras equilibrado do princípio ao fim, entre duas equipas com os mesmos pontos na tabela classificativa, os infantis chegaram ao intervalo empatados 1 a 1. Na segunda parte, os gaienses chegaram ao 3 a 1, mas logo os visitantes voltaram a empatar o encontro. Com o resultado de 3 – 3, o capitão brigantino Jorge Dis, no meio da confusão, levou ou com a bola ou com o stick na cara. Certo é que foi evacuado para o hospital com um grave hematoma no sobrolho. De seguida, Cristiano foi expulso com azul directo por suposta falta cometida sobre o adversário. A jogar somente com três miúdos, o Paço Rei marcou mais dois golos, deixando o resultado final em 5 a 3. “Fomos bastante prejudicados pela arbitragem. No total, eles fizeram 14 faltas e não viram nenhum cartão. Nós fizemos 3 faltas e levámos um cartão azul”, contou o técnico brigantino, Tiago Asseiro.

Na segunda partida da tarde, às 16 horas, os iniciados chegaram ao período de descanso a perder por 3 a 1. Aquele que foi um jogo equilibrado na primeira parte, deixou de o ser na segunda devido, em grande parte, ao papel desempenhado pelo árbitro. A equipa alva & negra ainda conseguiu o 3 a 2, mas depois deu-se a expulsão de Fernando Guilherme com azul directo. Com três jogadores, João Benites foi também expulso, o que deixou o CAB à beira de um ataque de nervos com, apenas, dois jogadores em campo. Ao sofrer o 4 a 2, a equipa brigantina pôde recolocar um terceiro jogador, mas de nada serviu pois logo a seguir o treinador é expulso do banco ao protestar contra o árbitro e o CAB vê-se, de novo, com dois jogadores na partida. A partir daqui, só deu Paço Rei, que marcou mais três golos, deixando o resultado final em 7 a 3. “Era um jogo para ganhar, dado que tínhamos mais um ponto que eles antes deste encontro. Mas o árbitro interferiu de tal maneira na segunda parte que não tivemos qualquer hipótese”, declarou Tiago Asseiro, inconformado com o facto de ter sido expulso, bem como dois dos seus pupilos.

26 de novembro de 2011

VITÓRIA DE CONTROLO ABSOLUTO


Previsto ter início às 17 horas, o jogo da 5ª jornada entre o Estrelas Brigantinas e o Alijó Basket Clube, em sub 16, começou com 15 minutos de atraso. No final do primeiro tempo, com o resultado de 43 a 3 era já visível a nítida superioridade dos visitados. Sem quaisquer dificuldades, os três jogadores mais altos da equipa da casa, David, Pedro e João, limitavam-se a recuperar a bola debaixo do cesto e a marcar pontos consecutivamente. Nas jogadas com passes em altura, o Estrelas também não dava qualquer hipótese ao Alijó. Na segunda parte, o marcador cifrava-se nuns expressivos 87 – 11. Bruno Pires, o número 4 da equipa da casa, também esteve em grande destaque, ao protagonizar entradas inspiradas na área adversária. E se no terceiro tempo, o resultado era de 117 – 27, no final do encontro, os 163 pontos do Estrelas contra os 31 do Alijó Basket Clube terminavam um jogo sem história, onde apenas uma equipa brilhou. E a verdade é que a equipa da casa poderia ter chegado facilmente às duas centenas, caso não tivesse falhado tantas vezes bem próxima do cesto desperdiçando pontos tidos como quase certos.

“A nossa equipa é muito superior e isto resumiu-se a um jogo sem muita história. Neste momento vamos em segundo, mas esperamos chegar ao topo”, revelou Nuno Diegues. O técnico brigantino alcançou a semana passada uma vitória importante contra a equipa que, na altura, ia em primeiro lugar, Diogo Cão, assumindo temporariamente a sua posição. Mas o Mirandela “continuou em frente” e é agora o primeiro classificado com, apenas, um ponto de diferença. Na próxima jornada, o Estrelas Brigantinas não poderá vacilar na sua deslocação a Vila Real.


VANTAGEM ESMAGADORA

 

O jogo da primeira jornada do campeonato que ficara adiado a 8 de Outubro, realizou-se este domingo pelas 15 horas. Frente a frente, Estrelas Brigantinas e Vila Pouca de Aguiar, em sub 14. Num primeiro tempo pouco explícito, o marcador dava vantagem à equipa da casa por, apenas, 8 a 5. Já na segunda parte, o técnico da formação brigantina decidiu-se por fazer entrar a equipa principal, constituída, maioritariamente, por jogadores de grande porte atlético como o número 13, Rui Correia, ou o número 14, Paulo Ferreira. Fisicamente superior, o Estrelas conseguiu avançar no marcador sem grande oposição, estabelecendo o resultado de 42 a 9 ao intervalo. No terceiro tempo, Sérgio Jesus voltou a rodar a equipa, guardando os seus jogadores mais altos e fortes para o quarto e último período. Assim, marcaram-se menos pontos, 53 a 12 era o resultado antes do último descanso. Em contraste com o maior jogador do Estrelas, o número 13, estava o 13 do Vila Pouca. Apesar de ser o mais pequeno, João Guedes revelou-se um dos melhores em campo, quer em técnica, quer em força de vontade, encestando várias vezes no limite, sobretudo, no último período. Com 50 pontos de diferença, o resultado final de 76 – 26 mostrava bem a clara superioridade da equipa brigantina, que se limitou a controlar o jogo ao rodar os seus jogadores. “Quando um jogo se ganha por 50 pontos é fácil de analisar. Apesar de termos dado alguns minutos de jogo a jogadores que, normalmente, não costumam jogar fiquei muito satisfeito com aquilo que se passou hoje”, afirmou o treinador do Estrelas.  Ao comando da equipa segunda classificada, Sérgio Jesus espera alcançar o primeiro lugar da tabela, agora ocupado pelo Basket Clube de Vila Real. 



25 de novembro de 2011

UM SÉRIO UPGRADE

“Nova” escola de música pretende ser um pólo dinamizador da cena musical e cultural no nordeste transmontano

A Vamusica mudou de instalações para um espaço substancialmente diferente pela positiva. “Esta é uma loja que tem 200m2 em que conseguimos fazer 5 salas diferenciadas, nas quais se incluem dois estúdios com a polivalência de poderem ser utilizadas para aulas e para o trabalho de estúdio, que é uma aposta nossa”, revelou o responsável máximo pela maior escola de música em Bragança. Vítor Gomes garante que, neste momento, todas as necessidades dos seus alunos serão satisfeitas e, inclusive, dos músicos da região, que poderão gravar os seus temas no espaço que agora abriu portas. Questionado sobre se haveria realmente a necessidade de um tamanho investimento que sustente a polivalência musical, sublinha: “desde há dois anos a esta parte o número de alunos tem vindo a aumentar e, então, fomos ficando sem espaço e sem condições nas instalações anteriores. Este novo espaço é agradável e está bem situado porque é mesmo entre escolas”. O também professor de música refere um investimento de, aproximadamente, 80 mil euros. Uma soma avultada que não contabiliza nem material, nem instrumentos. “Estou a fazer os cálculos por baixo, pois faltam aqui pormenores e derrapagens que eu ainda não contei. Esse valor refere-se, essencialmente, ao equipamento novo adquirido que me faltava. Se a esse juntarmos o equipamento que eu já tinha como a mesa de som para o estúdio, é capaz de rondar os 150 mil euros”, explicou Vítor.

No ano lectivo transacto, a média dos alunos da Vamusica variou entre os 100 e os 130, mas, em 2011/12, espera-se que o número atinja os 150. Isto porque, de acordo com o responsável, será iniciada uma nova abordagem à formação do sopro. “Em Bragança, essa componente ainda não começou a sério e nós vamos apostar forte nos saxofones, trompetes e clarinetes e vamos fazer alguns protocolos com as bandas filarmónicas do distrito para certificar, precisamente, esse tipo de formação”, assegurou. O corpo docente da escola de música será, também, alargado.
Outro dos objectivos de Vítor Gomes será o de trazer alguém de renome para tentar criar outra dinâmica no cenário musical brigantino e também para incentivar os jovens alunos inspirando-os com a vinda de alguns dos seus ídolos, que poderão ver actuar no espaço da Vamusica em concertos intimistas ou em workshops realizados para o efeito.

24 de novembro de 2011

SEM QUAISQUER HIPÓTESES


INFANTIS

Valongo 20
Clube Académico de Bragança 0
Ao intervalo: 6 – 0


INICIADOS

Valongo 17
Clube Académico de Bragança 0
Ao intervalo: 7 – 0 



Infantis e iniciados do Clube Académico de Bragança (CAB) defrontaram o Valongo no passado domingo. E ambas as equipas sofreram derrotas pesadas contra aquele que é o número um da tabela classificativa. A primeira, ao intervalo, já perdia por 6 a 0. Mas foi na segunda parte que tudo se descontrolou, já que permitiu ao adversário marcar mais 14 golos, o que totalizou, no final, o resultado de 20 a 0. “Os miúdos descontrolaram-se completamente quando viram que estavam a sofrer muitos golos, sobretudo, na segunda parte”, referiu o técnico academista, Tiago Asseiro.
Reconhecido pelas suas grandes equipas e pelo facto de, até ao momento, terem só vitórias, o Valongo, à semelhança do Porto, foi buscar os melhores jogadores do campeonato a outras equipas e são todos de segundo ano, ao contrário do CAB, que, na maioria, dispõe de jogadores de primeiro. Parecendo pouco, certo é que a diferença de um ano dá às crianças não só uma maior experiência, como também se reflecte na estatura das crianças, na capacidade de defesa, ataque e recuperação, e ao nível da resistência física.
Aos iniciados brigantinos, acabou por acontecer o mesmo. Com uma segunda parte péssima, os pupilos do Académico acabaram por se perder durante o jogo, desorganizando-se por completo defensivamente. “Foi o pior jogo que fizemos, sem dúvida! Mas o adversário também é muito rápido e muito forte, técnica e fisicamente”, comentou o treinador do CAB. Na opinião de Tiago Asseiro, o Valongo é mesmo a melhor equipa do campeonato, melhor mesmo que o Porto, quer em infantis, quer em iniciados. “Não admira que eles vão em primeiro!”, concluiu.




AZAR DE UNS, SORTE DE OUTROS

Auto-golo de Ricardo após desentendimento com guarda-redes dá vitória de bandeja ao Maria da Fonte

Por momentos, a chuva deu tréguas à partida realizada este domingo no estádio municipal da capital do nordeste. Frente a frente, Grupo Desportivo de Bragança (GDB), terceiro no campeonato, e Sporting Club Maria da Fonte (SCMF), em penúltimo lugar na tabela classificativa. O jogo até começou melhor para a equipa da casa, mais interventiva, a jogar na pressão, na posse de bola e a criar algumas oportunidades claras de golo.
Mas, contra a maré, o número 28 da casa, o central Ricardo Gomes, mete a bola na sua própria baliza após um desentendimento com o guarda-redes. Estava feito o 0 a 1 aos 17”, resultado que se manteria até ao final. Dez minutos depois, o mesmo jogador cabeceou e esteve bem perto do golo, não fosse uma defesa quase impossível do guarda-redes adversário. Na primeira metade, e apesar de uma nítida superioridade do GDB, certo é que a sorte sorriu ao Maria da Fonte.
A segunda parte foi mais do mesmo, com o azar a voltar a bater à porta da formação brigantina logo no início quando Miguel Lemos, num remate poderoso, mandou a bola à trave aos 48”. Mas a verdade é que o SCMF entrou com mais vontade após o período de descanso, atacando mais incisivamente do que nos primeiros 45”.


Aos 12”, numa disputa acesa pela bola, o número 17 da Póvoa do Lanhoso, Piloto foi evacuado de ambulância para o hospital da cidade. O resultado foi um braço partido e a entrada do suplente Bruno Henriques.
Um maior dinamismo e qualidade de jogo foram as imagens de marca do Maria da Fonte na segunda parte do encontro, na qual o GDB revelou uma enorme relutância nos passes e, sobretudo, na altura de concretizar.
Nos minutos finais, os visitantes recuaram toda a sua formação para a defesa no sentido de protegerem aquele que viria a ser o resultado final de 0 a 1. Para isso, muito contribuiu o guarda-redes minhoto Clemente, a provar que os homens não se medem aos palmos ao fazer a diferença com uma exibição fantástica, sendo, claramente, a figura de destaque do jogo.

LEGENDA - O treinador do Maria da Fonte viu o jogo da bancada por estar castigado


 Treinador GDB – João Genésico

“Uma equipa teve toda a sorte do mundo, enquanto que a outra equipa não teve sorte nenhuma. Tivemos muitas oportunidades para fazer um score dilatado, isso não aconteceu, só nos resta continuar a trabalhar para que estas situações não se repitam. É preciso dar os parabéns aos nossos jogadores que deixaram tudo no campo e hoje foi daqueles dias em que a sorte não os protegeu.”


Treinador SCMF – José Moreira
“Hoje temos de reconhecer que tivemos uma pontinha de sorte. Uma sorte que nos tem faltado nos jogos que ficaram para trás. Fomos realmente felizes. O Bragança teve algumas oportunidades, mas acho que esta equipa já merecia esta felicidade que nos tem fugido noutros jogos e estes jogadores, pelo carácter que têm tido, já mereciam esta vitória.”



23 de novembro de 2011

MUITAS QUEIXAS, MENOS GENTE


Do cartaz da Semana de Recepção ao Caloiro (SRC) do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), destacavam-se dois nomes: Bezegol e Amor Electro. E foram precisamente essas duas bandas a proporcionar os dois melhores dias. Mas comecemos pelo princípio. Na terça-feira, o dia apresentou-se cinzento. A missa aconteceu pelas 22 horas na Catedral, mas quem esteve presente afirmou que tal celebração ficou aquém das expectativas, tendo sido o decorrer normal de uma missa algo deturpado na sua génese. O Desfile das Tochas, previsto acontecer depois, foi cancelado pela chuva inflexível que se fazia sentir. Os estudantes continuaram a inauguração da SRC no NERBA, mas chegaram tarde e foram, efectivamente, poucos os estudantes que se dignaram a comparecer naquela que foi, seguramente, a noite mais fraca de todas.
Tim Royko seria a suposta estrela de quarta-feira. Mas não convenceu, muito pelo contrário. A sua única música conhecida, repetiu-a por inúmeras vezes numa actuação que a grande maioria dos estudantes classificou de muito fraca.
Quinta-feira foi o primeiro dia em que quantidade e qualidade se aliaram no NERBA. A banda Bezegol reuniu o consenso entre a população estudantil, que vibrou com os sons reggae e hip hop provenientes da cidade Invicta.
A noite do arraial, sexta-feira, decorreu como previsto. Bastantes pessoas em início de fim-de-semana, bailaram ao som de Ruizinho da Penacova e Ympério Show.
Sábado foi, decisivamente, a grande noite, sobretudo, pela afluência de público que quase lotava o espaço dos concertos. Começou com Mikkel Solnado e a confusão estabelecida era geral, muito por responsabilidade de Amor Electro. Mariza Liz, a vocalista da banda lisboeta, cantou e encantou ao som de êxitos como “A Máquina”, “Estrela da Tarde” e “Barco Negro”. O grupo pop que esteve nomeado para Best Portuguese Act nos MTV Europe Music Award não deixou os créditos por mãos alheias, conduzindo o público em uníssono na actuação mais marcante de toda a semana.  
Apesar das repetidas queixas por parte dos estudantes que, ora reclamavam pelo preço excessivo das pulseiras ou das entradas diárias, ora pela hora tardia a que começavam os concertos, ora pela fraca qualidade do cartaz, o balanço final foi positivo.



















ÁGUA PARA TODOS OS GOSTOS

Uma chuva obstinada marcou o desfile dos caloiros e o seu baptismo também foi tudo, menos seco

Os caloiros do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) não se deixaram intimidar pela chuva e movimentaram-se às centenas pela Avenida Sá Carneiro durante o seu primeiro desfile oficial enquanto estudantes do ensino superior.
Realizado na passada sexta-feira, cerca de 400 novos alunos fortaleceram os laços de curso, entre colegas, numa presença pautada pelo uso do guarda-chuva. Os menos precavidos, esses, ficaram completamente encharcados.
Um desfile que antecedeu o próprio baptismo, numa espécie de premonição daquilo que iria acontecer na tarde seguinte, em que os caloiros foram mergulhados, ora no tanque, no caso da Agrária, ora no rio, ora na catedral, dependendo das escolas e dos próprios cursos.



BAPTISMO DOS CALOIROS (ESA)






SOFRER ATÉ AO FIM


Naquele que foi o último encontro da tarde, o Clube Académico de Bragança concretizou uma excelente vitória frente a Vila Boa do Bispo. Na primeira parte, entrou bastante bem e Pedro conseguiu marcar logo aos três minutos. A equipa visitante só conseguiu empatar após um erro do guarda-redes brigantino, que ao defender uma bola para a frente colocou-a no stick do adversário, bastando a José fazer a recarga. 
Aos sete minutos, o CAB poderia ter chegado à vitória, não fosse o número 3 a falhar o golo com a baliza toda aberta. Mas Carlos Esteves foi, sem dúvida, a figura do jogo marcando por diversas vezes e criando outras tantas oportunidades de golo. Antes do intervalo, ainda houve tempo para duas jogadas e duas bolas à trave. Uma para cada equipa.
No último tempo, foram os visitantes a estrear o marcador, providenciando uma vitória temporária, até que, no minuto seguinte, foi a vez de Fernando Madureira fazer o empate a dois. Aos sete minutos, entra na equipa laranja um dos seus elementos femininos. De grande estatura, Nadine Aires revelou-se uma excelente jogadora, disputando toda e qualquer jogada mano a mano. Mas nem mesmo esta substituição, que pareceu eficaz, impediu Carlos Esteves de marcar o seu primeiro golo aos oito minutos, num remate rasteiro a grande velocidade de fora da área. Na movimentação seguinte, novamente o número 3 a rematar, só que desta feita, a meter a bola na trave. Excelente exibição, também, de Pedro Padrão, que marcou o 4 a 2 aos nove minutos. Aos dez, mais um grande golo de Esteves que não ficou por aqui. Em seguida, após penalti falhado, o número 3 consegue emendar na recarga fazendo o 6 – 2 e o hat trick na sua conta pessoal.


A partir daqui, inverteu-se a tendência de jogo, com o VBB a assumir o controlo nos momentos finais, que foram tudo menos fáceis para o Académico. Depois de beneficiar de um livre directo que não soube concretizar, a equipa visitante corrigiu o erro e na recarga marcou o seu terceiro. O quarto golo surgiu já aos 13 minutos, por Manuel Carvalho. No último minuto, o quinto golo, aquele que poria o Académico nervoso bem até ao final, aconteceu com a preciosa ajuda de Diogo que, ao fazer falta, levou cartão azul e cedeu um livre directo à equipa laranja, que o número 4, Henrique Pinto, não se mostrou rogado em concretizar. O CAB conseguiu manter a vantagem, mas não foi nada fácil, sofrendo ainda um lance de golo a dez segundo do apito final.
Os adeptos brigantinos mostravam o seu receio pela possibilidade do empate, mas quem explodiu foi o delegado do VBB a 35 segundos do final, tendo sido expulso do banco com vermelho directo. A consequência foi a saída de um jogador de campo, para ficarem apenas três. Curiosamente, vieram mais pessoas de Vila Boa do Bispo a ver os jogos, do que da própria cidade.

Carlos Esteves foi a figura do jogo a merecer destaque


JOGOS DE ALTOS E BAIXOS

Inconstância dos infantis academistas na segunda parte conduz a um resultado final desastroso de 3 a 11

Numa partida bem distribuída, o Académico defrontou o Vila Boa do Bispo já passava das 16 horas.  Com oportunidades claras de golo e uma bola na barra de ambas as equipas, os guarda-redes, ao início, foram os grandes protagonistas.
Os primeiros a romperem com sucesso a defensiva adversária foram mesmo os visitantes aos seis minutos por Marcelo. Aos dez, o número 7 da formação brigantina, Gonçalo, consegue o empate. Logo de seguida, a equipa laranja viu um golo seu anulado pelo árbitro, o que encheu de descontentamento o seu técnico, que reclamou a viva voz. Uma maior capacidade física de Vila Boa do Bispo, traz consigo uma recuperação mais eficaz, bem como um maior poderio de remate e contra-ataque. Assim sendo, o número 6 não teve qualquer dificuldade em marcar a 8 segundos do final da primeira parte.
Ao intervalo, o 1 a 2 deixava tudo em aberto. No entanto, os jovens brigantinos entraram muito mal na outra metade, permitindo ao adversário marcar quatro golos em, apenas, alguns minutos. Depois de recuperado do abalo inicial, Cristiano conseguiu marcar dois golos em 30 segundos, colocando o resultado em 3 – 6. E poderia ter marcado o quarto para o CAB, o seu terceiro, não tivesse falhado um penalti aos 8 minutos.
Mais próximo de Vila Boa do Bispo, o Académico voltou a desconcentrar-se e a perder rendimento. Desorientado, até bem perto do fim, entregou o jogo, permitindo à equipa laranja marcar mais 5 golos. Resultado final de 3 a 11 demasiado pesado, dado o nível das equipas em disputa ser muito semelhante.

 


REVIRAVOLTA ESTONTEANTE

 
Escolares do CAB conseguem marcar dois golos nos últimos trinta segundos e inverter o resultado

Foi um domingo repleto de hóquei em patins com três jogos realizados consecutivamente. A inaugurar a tarde desportiva, com início às 15 horas, estiveram frente-a-frente os escolares do Clube Académico de Bragança (CAB) e o Fânzeres.
Nos primeiros oito minutos, a partida foi bem renhida, com a bola sempre cá e lá e com muitos contra-ataques de ambas as equipas. A segunda parte foi mais do mesmo com o Académico melhor que o seu adversário, mas a falhar constantemente oportunidades de golo, sem nunca conseguir concretizar.
Na terceira parte, os visitantes entraram melhor conseguindo contrariar a tendência de jogo imposta pelo CAB até ao momento. Não fosse o poste a servir de defesa de último recurso e o Fânzeres teria marcado. E marcou mesmo, já no quarto tempo, aos 2 minutos por Rodrigo Monteiro. Um remate rasteiro potentíssimo de meia distância do número 2 meteu a bola do lado direito da baliza sem encontrar nenhuma oposição, a não ser as malhas defendidas por Diogo, que entrou, apenas, na última metade, ao substituir o titular Rui Costa. 
Quando tudo parecia estar perdido, é então que surge um remate em fúria do número 7 a 28 segundos do final. Minhoto, que chorava em pista momentos antes, empata o jogo e, incrivelmente, no último segundo, consegue marcar de novo, dando a vitória de bandeja aos academistas, num jogo que fez vibrar do início ao fim o pouco público presente.